quarta-feira, 6 de julho de 2016

Mar de sangue



O Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo é um Mar de Sangue onde somos lavados de todo o pecado, curados, libertados, remidos.
Esse mesmo Sangue Santíssimo que saiu do seu lado aberto no momento em que o soldado romano perfura o Senhor para ver se ainda estava vivo ou se tinha falecido, é verdadeiramente o preço da nossa salvação.
Se as águas do dilúvio serviam para purificar o mundo, foi somente como imagem do que aconteceria com o mundo depois que o Senhor derramasse todo o seu sangue em Sacrifício de expiação pelos nossos pecados, pelos pecados do mundo, de todos os homens que morreram, de todos os homem que vivem e de todos que ainda irão nascer. De fato, o Senhor lavou o mundo, purificou de uma vez por todas, com seu Preciosíssimo Sangue.
 Se antes, o Senhor fez chover quarenta dias e quarenta noites, por causa do pecado dos homens, de acordo com a narrativa do Gênesis, dessa vez e por todas, o Senhor derrama, não mais por quarenta dias e quarenta noites mas naquelas benditas horas da Paixão, todo o seu Sangue.
Dizia Santo Tomás, que uma só gota do Sangue de Deus feito homem era necessária para remir o mundo pois uma só gota é maior que toda a imundície do pecado. Uma só gota era mais que suficiente para aplacar a ira de Deus porque era o sangue do próprio Deus, com valor inatingível, incalculável, inimaginável. E, no entanto, por amor ao Pai, o Senhor tornou-se causa de castigo, para nos livrar do castigo e causa de condenação para nos livrar da condenação.
Quando o Senhor nos diz na sua parábola: " quando alguém te pedir que andes um quilômetro, ande dois com ele.", o Senhor cumpriu em plenitude ao exclamar: "Tudo está consumado". De uma gota necessária, o Senhor deu tudo que continha Nele.
O Senhor se alegrou quando a pecadora quebrou o frasco todo de perfume em honra do seu sepultamento. Como o Senhor, nesse momento, não haveria de lembrar que assim como a pecadora derramaria todo o conteúdo de perfume contido no frasco, assim também Ele derramaria todo o sangue contido no Seu Corpo, em Sacrifício de suave odor, pois àquele perfume se extinguiu, mas esse perfume permanece para sempre.
Esse mesmo Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo foi gerado no ventre puríssimo da Virgem Maria por obra do Espírito Santo, de modo que o sangue da Santíssima Virgem seja o Sangue Preciosíssimo de Nosso Senhor. Sim, a natureza divina foi gerada de Deus, assim como sua alma humana, mas o corpo e tudo o que contem o corpo foi gerado pela Sua Mãe. Assim sendo, o Sangue de Cristo é o sangue de Maria Santíssima.
Esse Preciosíssimo Sangue toma um valor indelével pois não se pode separar a divindade da humanidade.
Faz-nos bem tratar com reverência e devoção as santas relíquias daqueles que alcançaram a perfeição evangélica, que se dirá com que amor, com que reverência, com que devoção e afeto devemos ter para com o Sangue de Deus?
Sim, nunca será suficiente honrar o preço da nossa salvação, alcançado não por nossos méritos mas pelo Sangue de Deus Redentor.
Esse mesmo sangue, mesmíssimo sangue gerado no ventre da Virgem Mãe é o Sangue presente nas Sacratíssimas espécies Eucarísticas, no Santíssimo Sacramento do altar.
Mesmo quando se comunga em uma espécie Eucarística, está contido todo o Preciosíssimo Sangue Redentor de Cristo Deus.
Honremos o Santíssimo Sacramento do Altar e veneremos o altíssimo preço da nossa salvação, comungando com amor e afeto esse Sangue Santíssimo, terror dos demônios e glória do mundo angélico que Cristo, por amor ao Pai e aos homens, quis derramar voluntariamente.
Sim, o Senhor não deixaria de ser Deus nem de ser perfeito nem nenhuma outra situação que pudesse diminuir o que existe em santidade, glória e majestade, se não quisesse se Encarnar.
Ele, porém, aceitou voluntariamente, se Encarnar para sofrer a Paixão e, assim nos salvar, pelo derramamento de todo o seu Sangue Precioso.
E o que daremos em troca, por tão grande amor?

sábado, 16 de abril de 2016

O olhar de Jesus

Meditemos um instante no olhar que Jesus, na sua máxima agonia na Cruz, dirigiu ao ladrão contrito    pregado na cruz ao seu lado, para daí tirar lições para nossa vida.
O que fez esse ladrão contrito para atrair para si o olhar misericordioso de Jesus?
Se pudéssemos voltar no tempo e acompanhar os últimos minutos que restam de vida para o Senhor.....
- Senhor, eu sou um pecador. Eu mereço estar aqui nessa cruz, sofrendo essa morte horrível. Eu mereço isso porque ofendi a Deus, porque virei as costas para Deus.
Eu reconheço que de muitos modos Deus queria me salvar. Mas eu não quis escutar. Vivi uma vida errada, Jesus. Agi por medo. Medo de descobrir a verdade. Medo do que as pessoas iriam pensar de mim. Não enxergava mais minha dignidade. Estava perdido.
Mas eu te vi, Jesus. Vi como o senhor tratava pessoas como eu. Vi como o Senhor olhava para elas. Vi que o Senhor enxergava nelas coisas que ninguém enxergava. Melhor, vi que o Senhor simplesmente as enxergava.
Eu sei que eu não sou ninguém. Eu sei que eu não sou digno nem de lhe dirigir a palavra. Eu sei que eu não sou digno nem de um olhar seu, meu Senhor.
E sei mais ainda, que eu mereço essa morte horrível.
Mas também sei que o Senhor não merece isso. Eu mereço mas o Senhor não.
O Senhor sofre uma morte injusta. E eu não entendo isso. Não entendo como uma pessoa como o Senhor possa sofrer tanto, padecer tantos sofrimentos, tantas humilhações, sem ter culpa nenhuma.
Mas, mesmo assim, sei que Deus nunca abandona os que Nele confia. E as obras que o Senhor fazia, Jesus, foram e são as obras de Deus.
Eu suplico o teu olhar Jesus. Eu imploro o teu olhar meu Senhor.
Se Deus quis que nossos destinos se unissem dessa forma, eu te imploro, Senhor, não me esqueças, lembra-te de mim, quando chegares no Paraíso.
- Meu filho, eu sempre te amei, te amo e sempre vou te amar. Eu te digo ainda hoje estarás comigo no Paraíso.
Poucos minutos depois, o Senhor deu seu último suspiro e morreu.
E como havia dito, o Senhor levou o pobre ladrão contrito e arrependido consigo.
Deixemo-nos olhar por Jesus, supliquemos o seu olhar por nós.
" Se nos olhais, nos erguemos".
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