quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Francisco e as Lágrimas

Certo dia, Francisco chorava alto na solidão da floresta.Chorava tão forte e tão alto que, vez em quando, lhe faltava o ar e tinha que buscar um novo fôlego nos seus pulmões já afetados pela doença.
Vez em quando também, Francisco batia no peito diversas vezes seguidas, olhava para o céu e tornava a chorar.
Frei Leão, indo ao encontro de Francisco, ao vê-lo assim, corre preocupado para lhe dizer:
" Pai Francisco. Meu pai Francisco. O que lhe aflige tanto?"
" Meu filho Leão. Tu precisas fazer muita penitência e jejum por esse pobrezinho tão miserável e pecador, que é este que te fala."
Nesse momento, Frei Leão se joga nos pés de Francisco e começa a lhe beijar as chagas:
" Meu Santo. Tu estás a falar de mim, não de ti mesmo."
- Oh Ovelhinha de Deus, tu não sabes o que fala. Eu tive um sonho e é esse o motivo da minha aflição.
Eu tive um sonho que, na verdade, foi uma advertência do Meu Senhor Jesus Cristo, que na Sua Infinita Misericórdia quis me revelar isso a fim de que eu tenha tempo de fazer penitência e converter o meu coração.
Desde então, não cesso de suplicar que a Sua Misericórdia lave meus pecados, purifique o meu coração e me converta inteiramente para Ele.
- O que foi que sonhastes, pai Francisco?
-Sonhei que se eu tivesse mais paciência com os meus inimigos. Se tivesse mais compaixão dos seus erros, suas cegueiras e loucuras. Se eu os amasse "até o fim". Se eu, à exemplo do Meu Bom Senhor, me ajoelhasse e começasse a lavar os seus pés e os beijar, e enxugá-los, como um verdadeiro escravo, por amor a Deus, eles se converteriam.
Por isso, de bom grado, qual nova Madalena, eu quereria que todos os meus inimigos estivessem aqui presente para que eu pudesse lavar os seus pés com minhas lágrimas, pedindo-lhes perdão por não tê-los amado até o fim.
Quando penso na paciência do Meu Deus, em buscar essa ovelha perdida que sou eu, começo a soltar gemidos, com " forte clamor e lágrimas" porque não tive a mesma paciência com aqueles que me queriam mal."
- Por isso, Frei Leão, na autoridade por Deus constituída a ti, suplico a tua absolvição, sacerdote do Altíssimo.
Nesse momento, muito comovido, Frei Leão atende a Confissão do Santo e lhe dá a absolvição.
E volta para a casa edificado pela humildade do Santo.

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